Muito do que acreditamos sobre a vida, ou sobre nós mesmos, veio de fora para dentro, absorvido através dos nossos pais, dos nossos professores ou da nossa cultura.
Somos um somatório das crenças e valores que nos foram passados ao longo da nossa formação e que na maioria das vezes não refletem a nossa essência.
Como a nossa vida é um reflexo daquilo que acreditamos, vivemos sob uma imagem distorcida de nós mesmos, o tempo todo buscando fora alguma coisa que nos faça sentir mais realização e alegria.
Muitas vezes as “verdades” que introjetamos nos fazem agir de uma forma que parece pouco inteligente e que prejudica a nossa vida e a nossa capacidade de realização.
Em virtude de coisas que escutamos na nossa infância ou que vieram através de traumas, mágoas ou frustrações, criamos uma autoimagem que dificulta a realização dos nossos objetivos. Quantas pessoas não se acreditam preguiçosas, pouco inteligentes ou pouco criativas. Quantas não se sentiram pouco valorizadas pelos pais ou professores e passaram a ver a si mesmo como indignas de amor ou afeição.
À medida que formamos uma imagem negativa de nós mesmos, a nossa realidade vai espelhar aquilo que acreditamos e se forma um autoboicote interno para que isso aconteça. Por exemplo, se vemos a nós mesmos como preguiçosos ou incapazes, estaremos sempre encontrando razões para justificar ou dar desculpas para não realizarmos as coisas mais simples que nos seriam benéficas. Quando nos acreditamos pouco inteligentes, o nosso “inimigo” interno vai sempre encontrar alguma coisa que dificulte o nosso estudo, como um sono invencível ou uma falta de concentração, de modo que o fracasso nas provas ou concursos nos confirme esta visão.
Se nos vemos como indignos de amor vamos atrair parceiros levianos, insensíveis ou apaixonados por outras pessoas para que a vida não contradiga aquilo que acreditamos.
À medida que vivemos estas experiências difíceis, a crença negativa se torna cada vez mais forte e o autoboicote aumenta, fazendo com que atraiamos mais e mais experiências negativas que confirmem a nossa visão.
Precisamos mudar as nossas crenças, ver a nós mesmos como saudáveis, poderosos, capazes e dignos de ser amados para que esta nova visão traga uma nova realidade para a nossa vida.
Quando abandonamos as crenças que não refletem aquilo que queremos ser, podemos nos alinhar com a nossa essência e encontrar alegria, paz e realização.
Anna Maria de La Rocque Ormonde